sexta-feira, 27 de abril de 2012

Sabemos da grande importância da escolha profissional. Muito cedo os adolescentes escolhem o que querem ser no futuro, como querem ser vistos numa sociedade altamente competitiva e que valoriza bastante o trabalho. Quando estamos conhecendo uma pessoa além do nome e onde mora vem a pergunta: O que você faz? As vezes esta pergunta vem antes de muitas outras.

A Escolha profissional faz parte de uma etapa da vida da pessoa que esta escolhendo a sua profissão, mas também de toda a familia deste. Existe um movimento familiar.
Não escolhemos a nossa profissão atoa, esta escolha como tantas outras em nossas vidas tem ligação direta com os nossos modelos familiares que vão nos levar a grandes reflexões, questionamentos e avaliação das nossas habilidades.

A Escolha profissional não responde, apenas, as expectativas pessoais, mas, também, e muito as familiares. Existem forças, muitas vezes, ou sempre, não claras, que podemos chamar de MITOS, que nos conduzem a determinadas escolhas a partir da nossa estrutura familiar e das nossas relações dentro das nossas familias. Fazemos igual ou diferente nas nossas escolhas, não importa, mas não é atoa.

Somos partes de cada membro de nossa familia. Somos fruto de um contexto de relações em que um influencia o outro a todo momento, seja para repetir ou fazer muito diferente. Mas engano nosso é achar que é facil fazer muito diferente.

Um exemplo disso que estou dizendo sobre as escolhas profissionais: " Suzana, uma jovem vestibulanda diz: "Na minha familia tudo é muito junto, nós sempre estamos nos agradando e cuidando um do outro". Ela decidiu ser assistente social, profissão essa com pautas determinadas de ajuda e cuidado" Livro: Família e Mitos.

Perto do Dia 1 de Maio em que comemoramos o Dia do Trabalho vale refletir: Que função a minha escolha profissional tem na minha vida? Que ligação tem com a minha história familiar? Qual o sentido que minha familia dá ao trabalho?
Camila Lobato

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Filhos nos Conflitos Conjugais

Hoje todos os terapeutas de família estão de acordo com a idéia de que o casal é o arquiteto da família.

Então quando os arquitetos resolvem balançar a estrutura dessa construção, que é a família, o que acontece? Todas as peças vão balançar, assim é inevitável que os filhos e toda a família percebam e sintam os conflitos conjugais, mas, ao mesmo tempo, podem existir formas e cuidados para minimizar e proteger os filhos contra estes efeitos negativos.

A primeira forma é cada um dos cônjuges terem consciência dos seus sentimentos sobre o outro para não transferir para os filhos. É necessário os pais trabalharem as emoções no seu casamento e não deixar o conflito conjugal interferir na função de pais. As responsabilidades do casal são diferentes das de pais e ter consciência de cada uma é de fundamental importância.

A segunda forma é não usar os filhos como arma nos conflitos do casal. Um exemplo disso é usar das dificuldades, sintomas ou habilidades do filho como forma de culpar um dos parceiros.  Deixar os filhos envolver nas brigas e dificuldades do casal não é um bom álibi, não é do departamento deles e eles não tem o dever de cuidar e decidir coisas que dizem respeito aos pais. Se os filhos presenciam brigas dos pais é importante deixar claro para eles que seus pais estão passando por conflitos e dificuldades, mas que faz parte da relação e poderá contribuir para o crescimento de ambos. Isso é compartilhar com os filhos as dificuldades do casal, em que o casal deixa claro quais são suas emoções para os filhos e não, detalhes sobre o que cada um dos parceiros fizeram. Fazer isso é uma forma de ensinar os filhos que qualquer relação é permeada por altos e baixos e não para colocá-los como juízes da situação, do lado da mãe ou do pai. 

Além disso, é importante compartilhar com os filhos, também, momentos de alegria e harmonia entre o casal, assim esses vão aprender a lidar e perceber que a vida é feita de bons e maus momentos.
A terceira forma de cuidado com os filhos em meio os conflitos conjugais é favorecer outras redes de apoio as crianças com um maior contato com os avôs, colegas, programas que agradem os filhos, não para esconder a crise dos mesmos, mas para evitar um stress maior.  Eles não estão no centro do conflito, mas não conseguem fugir das suas conseqüências.

É importante os pais terem o cuidado de não culpar os filhos pelas dificuldades do casal. Mais uma vez deixo uma dica: é necessário separar as funções de pai e mãe das do casal, porque é essa situação que poderá contribuir para o filho ter algum sintoma, adoecer, usar drogas e outras questões mais. Os filhos adoecem para ter pais e não para unir um homem a uma mulher. Eles pedem, na verdade, muitas vezes, é o retorno de pai e mãe, não do casal.

Texto: Camila R Lobato